sábado, 23 de janeiro de 2010

O presente


É tão bom quando se tem a sensação de que tudo está sobre controle... Bom, isso é o que eu ouço das pessoas, porque eu nunca tive essa sensação.

O tempo todo, em toda a minha vida, eu vivi o presente. Sempre remoí o passado, sempre tive boas e más lembranças na mente, mas nunca me preocupei com as conseqüências no futuro. Acho que isso se deve por eu nunca ter me arrependido de nada do que fiz.

Hoje, a única certeza que eu tenho é do que eu quero. Já é um começo.

Ultimamente fico pensando muito à noite antes de dormir, aliás, penso porque não consigo dormir. Olhando para um céu estrelado, eu penso que em meio a tantas coisas, cada vez mais eu me convenço de que estou no caminho certo. A vida me dá esses sinais.

Porém, encontro inúmeras barreiras pelo caminho, algo que à distância parece ser tão simples, mas que vivido torna-se tão confuso. Acabo me convencendo de que a cautela é essencial em alguns momentos. Mudar de estratégia às vezes é necessário, e reconhecer os erros, essencial.

Os dias estão passando tão rápido... Às vezes paro e analiso tudo à minha volta, fico entendendo o valor das oportunidades. Até que ponto devemos insistir até o último suspiro, e até que ponto devemos acreditar que ainda é possível?

Acreditar nos sonhos sempre. Transformá-los em realidade, esse é o objetivo.

Todos os dias é uma busca constante, uma busca por algo vital, por algo que realmente faça sentido, porque até então, eu só tenho me questionado mais do que deveria questionar o que há a minha volta.

Mas mudanças foram feitas, mesmo sem entender nada, apenas pela necessidade de não continuar em um mundo de preocupações. Passei a viver a vida mais leve. A chuva de outrora lavou e levou tudo o que havia de excesso. Só restaram os melhores pensamentos.

Adoro a chuva. Adoro a chuva e a noite. Adoro a chuva, a noite e a madrugada. Adoro tudo até o sol raiar.

Mas em algumas noites, é necessário dormir. E dormindo sonhamos, sonhamos o que é de mais improvável nesse mundo. E somos do tamanho dos nossos sonhos.

À noite escuto a chuva, vejo as estrelas e sinto o vento, o medo se esvai, a tensão se acalma e penso ao relento... penso só... só em uma pessoa.

Penso no que me divide hoje.

Hoje estou entre o só e o junto, um junto que ainda não foi bem explicado. Talvez esse seja o motivo de tantas dúvidas e preocupações.

Deixei de falar tantas coisas... falar, não escrever. Não é nada fácil. Mesmo porque para se ouvir melhor as coisas, é preciso um minuto de silêncio, um minuto reservado, um minuto a sós. Mas cadê esse tempo?

Mas mesmo com tantas mudanças, o coração é a única parte que temos que nunca irá se desviar do seu ideal, então parece que nada mudou, e continuo, continuo esperando esperança esporádica que paira perto do peito.

E imagino, imagino...

Troco poucas e boas por poesia, faço do “nada com nada” a minha lição de casa, pra tentar entender. Enfim... em vão. Se um dia terei as tais respostas? Humm...

Um dia me disseram que o silêncio é o pior. O silêncio é cautela. O silêncio é dor. O silêncio às vezes é amor.

Pois bem, mais um dia que nasce, mais uma chama que se acende, mais um frio que arde... na espinha e na mente. E o pulso pulsa... livre das correntes.

Eu vou alcançar! Não tenho pressa. Aprendi que ter paciência é fundamental pra deixar o tempo acertar as coisas e fazer com que o vento me traga o que talvez já seja meu.

Por enquanto continuo por aqui, vivendo o presente. Pensando, pensando, pensando leve. Eu e o meu violão.

Daniel de Araujo Dutra
23/01/2010

Obs: endereço de postagem: varanda do lado direito nº 16. Via pombo correio.

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