sábado, 9 de janeiro de 2010

Até o último dia da minha existência



De vez em quando eu me pergunto:
Por que eu ainda acredito?
Tem outra pergunta que também me faço:
Por que eu ainda me importo?

Talvez se eu largasse tudo
E abortasse qualquer idéia de que poderia dar certo
Amassasse qualquer tipo de plano que passou pela minha cabeça
E queimasse o pouco de paciência que ainda me resta
Talvez se eu deixasse de ser eu mesmo
Ou quem eu goste de ser
Pra ser aquele que pensam que eu sou
Ou aquele que esperam que eu seja
Talvez se eu me desviar de todo o caminho que percorri até agora
E partir de encontro aos outros que seguem juntos
Para ser mais um, entre tantos, igual e sem nenhuma distinção
E cair no esquecimento como alguém que nada marcou
Talvez se eu me conformasse com qualquer situação
Aceitando que tudo, bem ou mal, já faz parte do meu destino
E não fizesse nada pra me tornar um pouco mais feliz
Deixando a vida me levar, apenas

Mas não, eu deixo essas idéias para o “talvez”
Pois nunca vou ser assim
Eu vou cair quantas vezes forem necessárias para aprender
E mesmo que nem pernas eu tenha mais, de pé tentarei ficar
Se cego, meus ouvidos serão meus olhos
Minha força virá das lágrimas
E meu sangue será meu copo d’água antes de dormir
Até o último dia da minha existência
Por isso jamais se esqueça de mim
Vou ser simples o bastante para marcar-lhe para sempre
Eu tenho fome de calor e sede de afeto
E a coragem de quem se atira na frente de uma bala
Tomarei todas as chuvas que o meu dia quiser
Esperarei todas as noites que você não ligar
Dormirei pensativo todas as vezes que não lhe entender
E de manhã acordarei esperançoso novamente

Quem acha que me inspiro em Fernando Pessoa, está enganado
Eu leio tudo sobre Rubem Fonseca
Quem acha que eu só gosto de usar sapatos
Saiba que eu prefiro o meu All Star velho de guerra
E quem acredita que eu realmente sou bonzinho demais
Lembre-se que sou de escorpião
E se um dia achar que eu não percebi algo
Procure meus olhos por debaixo da aba do meu boné
Isso é o essencial para quem só sabe o meu nome
Não me defino
Quem se define se limita
Mas de uma coisa qualquer um pode ter certeza sobre mim:
Eu sempre digo a verdade!
Minhas palavras são as mais sinceras, traduzindo a voz do coração
Um coração que muitas vezes sofre calado
Que o meu sorriso disfarça apoiando-se num olhar profundo
E que hoje só me faz ter a certeza de uma coisa:
“Eu não desistirei jamais de alcançar o que um dia ainda não pude chamar de meu”

Por fim...
Sabe por que eu ainda acredito?
Porque eu me importo
Sabe por que eu ainda me importo?
Porque eu acredito

Daniel de Araujo Dutra
09/01/2010

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