domingo, 28 de fevereiro de 2010

Anjos


O que um anjo não sabe?
Será que anjos sabem de tudo?
Pode ser... ou não!
Anjos sabem fazer maldade, por exemplo?
Eu tenho certeza que não!
Mas anjos sabem o que é maldade!
Pois bem, anjos sabem de tudo
Mas não podem fazer de tudo
Assim como nesse exemplo
Em outros, os anjos se vêem amarrados
Sabem o que está acontecendo
Mas não podem fazer muita coisa
Às vezes querem muito ajudar uma pessoa
Mas não podem forçá-la a fazer nada
Infelizmente não podem fazer todos os milagres
Os anjos guardam, protegem, zelam...
Eles nos olham enquanto dormimos
Nos trazem os melhores sonhos
Nos dão os melhores conselhos
Se importam e sofrem juntos
São simplesmente nosso par
Mas o que muitos não sabem
É que anjos também sabem amar!

Daniel de Araujo Dutra
28/02/2010

Deixe a chuva cair


Sinto que coragem começa a brotar
De um impulso mais forte que a razão
O mel passou tão próximo da boca
Mas teve pouca duração

Sim, mudanças começam a aparecer
De vagarinho, de acordo com as oportunidades
Claro, ainda há cautela
Mas mesmo assim, prefiro a verdade

Foi repentino
Quase cheguei a duvidar
Mas percebi que ainda vive
A tal vontade de despertar

Então esqueça as dúvidas
Perca a noção
Rasgue as incertezas
E não ache razão

Vai, sai lá na chuva
Deixe-a simplesmente cair
Deixe que lave seus medos
Faça coragem surgir

Faça valer à pena
Faça enquanto está em tempo
Pois esperar outra vez
É perder o momento!

Daniel de Araujo Dutra
28/02/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A arte de fugir


Na vida nos deparamos com inúmeras situações
Uma mais inusitada que a outra
São momentos bons, outros nem tão empolgantes
E os que chamamos ruins ou difíceis

Normalmente a maioria das pessoas teme todos esses
Tudo porque até o que é bom se torna assustador
Muito mais do que aquilo que é considerado ruim

E o que fazem? Fogem!

A fuga é o meio mais fácil de não enfrentar tais situações
É onde as pessoas voltam para o seu mundinho cômodo e seguro
Protegidos pela mesmice dos dias e o apodrecimento da coragem

Hoje tudo é motivo para uma fuga ou um disfarce

As pessoas fogem de responsabilidades e compromissos
Voltam a própria palavra num arrependimento brusco
Deixam tudo pra depois simplesmente por medo da situação
Mesmo que essa situação vá lhe favorecer

É... essa vida está cada vez mais fugaz mesmo...

Eu concordo que falar é fácil e que “cada um” é “cada um”
E ninguém pode entrar na alma de uma pessoa e entendê-la
Mas o medo de vencer certas barreiras está cada vez maior
Até mesmo nas coisas mais simples

Eu estou falando assim das pessoas
Mas eu mesmo tenho esses momentos de fraqueza às vezes
Onde eu tenho coragem de fazer as coisas mais impossíveis
E ao mesmo tempo não consigo dizer tudo o que preciso à uma pessoa...
...mesmo sabendo que é só falar

Eis a arte de fugir!

Daniel de Araujo Dutra
20/02/2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Milhares de cores


Nossos dias são construídos pelos nossos olhos
Pensamos deles aquilo que neles enxergamos
Ou melhor, da forma como neles os enxergamos
E cada acontecimento é o que o nosso ponto de vista diz que é

Muitas vezes a nossa visão é limitada
E apesar de estarmos convictos daquilo que estamos vendo
Acabamos enganados
Por uma simples miragem

Pois nem tudo que parece é
Tudo é o que de essência é
E só aquilo que é
Sabe realmente o que é

Julgar da forma como vemos é injusto
Mesmo porque há vários ângulos
Há diversas formas de ter uma impressão
E é raro quando acertamos na primeira tentativa

É como achar que um arco-íris só tem sete cores
Sete é o que vemos
É o que os nossos olhos nos fazem acreditar
Mas na sua essência há mais cores

Na vida acontece a mesma coisa
Não enxergamos todas as cores do mundo
E achamos que não existem mais caminhos ou alternativas
Mas se enxergarmos com o coração...

Ah, com o coração...

Perceberemos que depois da tempestade
Surgirá o arco-íris da vida
E que no fim dele, além das sete cores
Existirão inúmeras possibilidades

Daniel de Araujo Dutra
17/02/2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uns dias, outras noites



O silêncio da madrugada
É um velho companheiro de quem ama
Que num caderno velho faz poemas
Todas as noites antes de ir pra cama

A nuvem que de manhã escondia o sol
Agora tenta esconder as estrelas
Mas parou diante da lua
E percebeu a grandeza de quem ao longe lhe parecia pequena

Os dias nos são cada vez mais surpreendentes
Acreditamos e desacreditamos a todo o momento
Olhamos para um jardim sem poder notar suas cores
E esperamos sempre mais da vida e do tempo

Sabe, há um cachorro uivando lá fora
Não sei se de fome ou de dor
É algo que soa solitário
Como o de alguém que sofre por amor

É algo que já conheço bem
Já partilhei dessa dor nessa vida
É tão familiar que chego até a pensar
Que pode ser a minha alma lá fora... mais uma vez perdida

Daniel de Araujo Dutra
12/02/2010