quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O meu "Sei..." e o seu "Enfim..."


É no meio das conversas contigo que eu me perco e esqueço da vida
Mergulho nas suas palavras e busco respostas que espero que você me diga
Tento subtrair cada sílaba sua para nunca mais esquecer
E volta e meia digo o que queria ouvir de você

Nossas prosas são raras e caminham para o desconhecido
Que nunca sei como vão terminar, mas pra isso eu nem ligo
Pois a única certeza que eu tenho é que o melhor ainda está por vir
E em se tratando de você, o imprevisível sempre me faz sorrir

Pingam letras para fora do texto, tamanho é o entusiasmo
E sobra ainda mais assunto pra te convencer a ficar do meu lado
Mas todo assunto há de ter um ponto final pra mim
Porém você sempre os encerra bem antes com o seu "enfim..."

É bem verdade que eu já me acostumei e adoro quando você fala
E junto com o seu "brigadinha", isso se tornou sua marca
E só mesmo aos poucos é que vamos conhecendo as pessoas e as entendendo
E foi em tão pouco tempo que você também foi me compreendendo

Disse uma vez que adoro falar contigo e é sempre muito bom
Pois até em momentos ociosos você ainda atura o som do meu violão
E ao me ouvir cantar ainda diz que arrasei
E aí que eu entro com o meu "sei..."

O bom é que dessa forma conseguimos nos entender
Um fala a língua do outro e às vezes deixamos subentender
"Enfim que eu sei" ou "eu sei que enfim"?
Que seja... O importante é que você é especial pra mim!

Daniel de Araujo Dutra
24/12/2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

O meu despertar


















De manhã, uma ligação
Era engano...
Que só me fez perder o sono
“Engano enganoso”, fiquei nervoso
Pois meu sono é valioso
E logo hoje que não queria acordar
Mas esse engano se tornou o meu despertar
Liberando um pensamento que anda cada vez mais solto
Que só me fez lembrar
Que ontem não estávamos perto um do outro

Daniel de Araujo Dutra
12/12/2009

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Escolhas


Impressionante como a gente amadurece
Os dias passam e aprendemos cada vez mais
Quando achamos que já sabemos tantas coisas
E que poucas seriam capazes de nos afetar
Eis que nos surpreendemos

O raiar de cada dia não ilumina só a nossa janela
Clareia também tudo o que há dentro de nós
E faz transparecer o sentimento mais oculto
Que nos faz refletir sobre o presente

Assim sonhamos de olhos abertos
Deitados e viajando no tempo
Acordando e pensando na vida

Ao lembrar-me da morte da cachorra Baleia
Um dos trechos mais tristes que já li
Lembro que Fabiano não teve escolha
E foi em Vidas Secas que aprendi
Que a flor sobrevive se perder uma folha

O fato de não ter escolhas nos mata
É quando temos que abrir mão do que gostamos
Deixar partir o que não queremos perder
Esquecer de propósito quem amamos

Mas enquanto ainda temos escolhas
Temos alguém para abraçar
Podemos cuidar do que é nosso
E nunca deixar escapar

Daniel de Araujo Dutra
07/12/2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Atalho



Na trilha dos meus caminhos incertos
Onde nada faz sentido, de um lado ou de outro
Consigo imaginar uma pessoa
Mas não sei seu nome e nem vejo seu rosto

Só sei que preciso conhecê-la
Mas não sei como chegar até ela
E a única luz à minha frente
É a lua, serena e bela

Há o chão, a fome, e a esperança
São dias difíceis e de luta
Que antes eram tristes e amargos
E agora são movidos pela busca

Num caminhar lento e perseverante
Eis que chego até ela
Cansado, porém lúcido e convicto
Me aproximo com cautela

E sem poder ver a sua face
Eu lhe dirijo a palavra
E fico sem resposta
A pessoa permanece calada

Continuo imóvel...

A pessoa conversa comigo
Mas em pensamento
Não distingo a voz
E torna-se mágico o momento

Mas apresenta-se
Diz que é o futuro
É a porta pro amanhã
Sem mais caminhos escuros

Diz que se eu quiser
Me revelará tudo
Basta eu dizer sim
E me dará o mundo

Dei as costas
Voltei por onde vim
Não olhei pra trás
E nem me despedi

Daniel de Araujo Dutra
03/12/2009