sábado, 15 de agosto de 2009

E por acaso o acaso


Então, eis o acaso
Réu, inocente ou intrometido?
Ele está aqui, ali, dentro de você
Esperando uma oportunidade para acontecer

Não existe hora nem lugar
Não existe trégua nem perdão
Para os fracos e para os fortes
Para os ricos e para os pobres

Está entre o certo e o incerto
Causando sempre o imprevisto
Provoca dúvidas e traz a luz
Remete à dor e ao sorriso

Faz-te cometer atos impensados
Capazes de ultrapassar a vontade própria
Consegue lhe fazer rei
Concede-lhe o título de errante

Promete nunca mais voltar
Mas por acaso volta
Diz que talvez fique mais um pouco
E casualmente gosta

Quando se vai? Quem sabe...
Talvez por acaso nem ele mesmo saiba
Venha pra cá, venha pra casa
Venha por acaso

Faça seu papel, ocasione
Mas nunca revele a que veio
Você nos ensina e nos dá a direção
Nunca pede licença, mas sempre estende a mão

Vem de surpresa e mancinho
Causa o desencontro e a paixão
Prova que nada é perfeito
E desafia a razão

Nada é por acaso? Quem falou?
Quem provou? Acaso é acaso
Não é sorte, sempre foi acaso
Nas suas conquistas e fracassos

Nunca é aleatório, sempre selecionado
Dá o que cada um merece
E é assim que fortuitamente
O acaso acontece

Daniel de Araujo Dutra
15/08/2009

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