Ontem eu li um artigo
novo
Novo porque tinha
acabado de lançar
Mas seu texto era velho
Velho como nossa
vontade de inventar
Por todos os cantos os
mesmos assuntos
A velha e boa fórmula
de chamar a atenção
E ninguém percebe que
já sabe tudo sobre o tema
E consomem, alimentando
a saturação
As coisas acontecem
muito rápido
As novidades são vastas
e passageiras
O lançamento de ontem
já foi explorado hoje
E as atualizações
tornam-se mais corriqueiras
Tem muita ideia
morrendo no papel
Ops, digo no tablet...
no ce-lu-lar...
As invenções mudam o
mundo
E esse mundo é o que
acabam de lançar
Não há mais barreiras
ou limites
O homem prova a ele
mesmo que não há o que provar
A capacidade humana de
criar é infinita
E o lado humano tenta
se recriar
Hoje a rede é o segundo
lar, ou o primeiro
A conexão tornou-se o
portal da salvação
E quanto mais pessoas
ao redor, “seguindo”
Maior é o ego e a
autoafirmação
Pois é, é bom saber que
não estamos sozinhos
Afinal, com tantos
“amigos”, quem pode ser só?
Quem pode sentir um
vazio ou vontade de abraçar?
Basta apenas chamar a
atenção pra si só
Não há mais segredos ou
omissões
Os álbuns revelarão
toda a verdade escondida
O reality show começa e
só um pode ganhar:
Aquele que provar ter a
“vida mais perfeita pra toda vida”
Acho que muita coisa se
tornou “mainstream”
Poucos movimentos
permanecem seletivos
As pessoas inteligentes
caçoam delas mesmas
E o que temos aí é o
conhecimento restrito
Quem prefere o outro
lado opta por outro mundo
É isso aí: o mundo
mudou, e já não sei mais quem é esse
O mundo me desfigurou,
e para o mundo não tenho cara...
Não tenho identidade,
não tenho “Face”...
Daniel Dutra
11/06/2013
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