terça-feira, 24 de setembro de 2013
Livro velho
Nos mais distantes dias
Eu me encontro perto
Na proximidade e no calor
Eu prefiro o "meu certo"
No susto que levo
Eu me encontro vivendo
Mas na calmaria tanto desejada
Eu sinto falta do vento
Tudo me leva a crer
Porém nada me dá certeza
Se pra tudo sou cético
Pra nada cabe a tristeza
De um lado, um livro velho
Do outro, a pequena taça
Um texto sempre na moda
Um leitor às traças
Uma busca constante pelo novo
A caridade da internet
O meu ringtone manjado
O mesmo filme na Net
Daniel Dutra
24/09/2013
segunda-feira, 8 de julho de 2013
O povo
E eu andava me perguntando se deveria dar tanta ênfase pras mudanças desse tipo das pessoas próximas. Em outras palavras, me preocupar, tentar entender os motivos que levaram às mudanças, me adaptar, enfim.
Bem, coincidentemente, eu estou lendo um livro que fala um pouco sobre isso, e tinha uma frase assim: " a seriedade leva ao julgamento; o alto-astal, à compreensão. Uma boa maneira de saber como anda o seu astral é observar se está julgando os outros. Quando alguém está feliz, não perde tempo nem energia com isso".
Então foi exatamente nesse momento que comecei a refletir mais sobre tudo ao redor disso. E tem sim muito a ver com alto-astral. Eu queria pensar nesse assunto, nas mudanças das pessoas próximas, mas algo sempre desviava a minha atenção, e geralmente eram outros assuntos, coisas boas e mais interessantes. Foi quando me dei conta que eu, mesmo querendo, não conseguia perder mais que dois minutos pensando nisso, exatamente porque eu estava de alto-astal, e por isso não conseguia julgar as pessoas, e sempre compreendia que se tratava de um assunto que não era meu, e que perder tempo tentando me aprofundar nos assuntos alheios seria um grande desperdício de energia. Energia que eu poderia estar usando pra outras coisas.
Todo mundo tem
Mas ninguém vê
A gente acha que não
Mas por trás tem um sim
Nunca é demais
Mas sempre é o bastante
Ta faltando mais
Ta sobrando menos
Toda vez é tarde
Mas nunca é cedo
Vezes outra vai
Outrora foi
Hoje é cara
Amanhã é rosto
Ontem nem era
Esse é o povo!
São esses que governam o mundo
E cadê o povo, minha gente?
Foram pra casa...
...espiar o mundo!
Daniel Dutra
08/07/2013
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Fazer valer
Destinos se cruzam a todo momento
E novamente achamos que nada é por acaso
Aí agradecemos e nos enchemos de esperança
É quando nos damos conta que a coincidência são os nossos sonhos
Ter a vontade de conquistar, alcançar, poder enfim desfrutar da felicidade é o que há de mais incomum nos destinos da maioria das pessoas
Mas não são todos que sabem contar a continuação dessa história
Num determinado instante da vida as pessoas acordam desses sonhos e há os que os vivem e há os que chamam isso apenas de sonhos, meros sonhos…
O melhor toque do despertador
A temperatura ideal da água
Comer o que satisfaz
Não esquecer a toalha molhada na porta de traz
Hoje é o grande dia
Hoje não é apenas hoje
Hoje é mais especial do que qualquer outro hoje
Hoje é o último dia e eu só tenho hoje
Fazer tudo ao mesmo tempo,
Ou definir prioridades?
Organizar a agenda,
Ou viver tudo de uma vez?
Viver um dia de cada vez
Dar sentido a cada instante
A intensidade que está ao nosso alcance
A satisfação no final
O caminho mais rápido
O lanche compacto
A atenção que quer fugir
A hora que não passa
O cansaço que derruba
O carinho que aconchega
O sorriso que amortece
E a única certeza: é que já anoitece
Daniel Dutra
24/06/2013
terça-feira, 11 de junho de 2013
Conhecimento restrito
Ontem eu li um artigo
novo
Novo porque tinha
acabado de lançar
Mas seu texto era velho
Velho como nossa
vontade de inventar
Por todos os cantos os
mesmos assuntos
A velha e boa fórmula
de chamar a atenção
E ninguém percebe que
já sabe tudo sobre o tema
E consomem, alimentando
a saturação
As coisas acontecem
muito rápido
As novidades são vastas
e passageiras
O lançamento de ontem
já foi explorado hoje
E as atualizações
tornam-se mais corriqueiras
Tem muita ideia
morrendo no papel
Ops, digo no tablet...
no ce-lu-lar...
As invenções mudam o
mundo
E esse mundo é o que
acabam de lançar
Não há mais barreiras
ou limites
O homem prova a ele
mesmo que não há o que provar
A capacidade humana de
criar é infinita
E o lado humano tenta
se recriar
Hoje a rede é o segundo
lar, ou o primeiro
A conexão tornou-se o
portal da salvação
E quanto mais pessoas
ao redor, “seguindo”
Maior é o ego e a
autoafirmação
Pois é, é bom saber que
não estamos sozinhos
Afinal, com tantos
“amigos”, quem pode ser só?
Quem pode sentir um
vazio ou vontade de abraçar?
Basta apenas chamar a
atenção pra si só
Não há mais segredos ou
omissões
Os álbuns revelarão
toda a verdade escondida
O reality show começa e
só um pode ganhar:
Aquele que provar ter a
“vida mais perfeita pra toda vida”
Acho que muita coisa se
tornou “mainstream”
Poucos movimentos
permanecem seletivos
As pessoas inteligentes
caçoam delas mesmas
E o que temos aí é o
conhecimento restrito
Quem prefere o outro
lado opta por outro mundo
É isso aí: o mundo
mudou, e já não sei mais quem é esse
O mundo me desfigurou,
e para o mundo não tenho cara...
Não tenho identidade,
não tenho “Face”...
Daniel Dutra
11/06/2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Noites
Nem sempre estou nos lugares certos
Mas posso dizer que sei por onde andei
Plantei sem saber o que colher
Sonhei e pedi para acontecer
Nas manhãs imaginava um começo
Mas os dias me mostravam tudo igual
Eu deitava e me punha a refletir
Eram horas sem ter como dormir
Na viagem do passado ao presente
Sempre boas estórias pra contar
E na trilha dos ensinamentos
Só a calma pra uma solução encontrar
E em meio a toda essa busca
Com o destino me deparei
E me lembrei de todo o caminho
Das mais longas estradas que percorri sozinho
Mas só assim pra eu entender
Que a ansiedade é fadada ao desespero
E que não adianta sofrer de antemão
O que importa mesmo é viver toda emoção
Daniel de Araujo Dutra
18/03/2013
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